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terça-feira, dezembro 21, 2010

Lembrei...

Lembrei de te lembrar,
dos passos sem rumo,
meu melhor caminho...

Lembrei de te abraçar,
dos seus braços ternos,
a me enlaçar,

Fiquei ali, à lembrar..
Lembrei de cada segundo
e percebi que de nada esqueci

Lembrei dos seus olhos
E então percebi que
sem ti, não existe amor.

quinta-feira, dezembro 02, 2010

só bem querer...

Eu queria poder sentar e escrever um final feliz, simplesmente contornar todos estes parágrafos com nuvens e trazer o aroma das tão delicadas cerejeiras para dentro dos seus pensamentos... Queria poder sim reescrever as palavras difíceis e, no lugar, colocar suas palavras-inventadas... Sentar na beira da janela, esperando a tua estrela passar corrida e fazer um desejo secreto, relevado no beijo que te dou eufórica... 

Ah, queria também escrever teu nome em todas estas músicas tão lindas que fazem sucesso, para que todos entendessem uma partezinha do meu sentimento por ti... Por fim eu queria que ninguém tentasse entender ou ler as entrelinhas do que te escrevo, queria que simplesmente as vivessem, lendo com o coração, aí sim, conseguiriam saber de onde começou este texto aqui, e todos os outros... E onde começou, afinal, esta mania de juntar palavras e transbordar olhos, isso que por ai chamam de poesia...



Eu queria só bem querer... E te querer...

quarta-feira, novembro 03, 2010

lembrança viva

Vejo outro dia indo,
E eu aqui, estática...
E levo te olhando, de longe..
Te vejo sorrir, te vejo caminhar,
Faço que não vejo...
Improviso um descaso...

Corro em um instante inexato,
Te encontro no mesmo lugar...
E tu me arrebatas,
Tão forte quanto o primeiro toque,
Tão marcante quanto teus olhos...

E vejo outro dia chegar,
Mais um dia sem ti,
Um dia a menos pra ti...
Sem saber se vivi ou se sonhei
Sem a certeza se este gosto existe
Ou se fui eu quem inventei...

Corre aqui, sussurra mais uma vez...
Repete as frases ensaiadas,
Me diz que andou lendo minhas cartas..
Toca mais uma vez o nosso som...
Fecha os olhos, deixa eu te sentir...
Sem cores, todas as nossas cores...

[minha saudade é uma lembrança viva]

sexta-feira, outubro 29, 2010

Refém

Em anil se escrevia os sons que teu beijo me deixaram...
Pelas notas musicais se vivia o perfume onde teu olhar me findara...
As marcas dos teus dedos em meus cabelos, lembranças vivas
Teu sonho agora em mim, irrevogável... Ardente.

Teus olhos de calmaria transtornando minha saudade,
Os dedos imponentes me faltando ao adormecer...
O mais singelo sussurrar, me despertando arrebatador
Fazer do teu boa noite o meu café da manhã.

Te despertar, ver em teus olhos a mim, te correr...
Me refazer em ti, pêlos bagunçados, pelo assoalho
Olhar ao redor, paredes desconhecidas, histórias minhas
Olhar pra ti, sonho imprevisível, ansiedade senil...

Reviver cada sílaba de uma palavra não dita...
Ocultar ao mundo o que sou, te fazer refém dos meus dias
Sorrir o mais sério sorriso, olhos vendados presos a ti.
Te entregar à noite, me prender aos sons, acordar mais uma vez...

E não te encontrar.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Iniciais


Minhas entrelinhas guardam teu nome,
Tuas iniciais marcadas em mim,
Feito tatuagem, lembranças.

As fotos, músicas, evidências da saudade,
Aquela página marcada por ti...
Os versos já decorados por mim.

Ruas sem cor, pintadas com tua aquarela,
Noites aquecidas na tua respiração,
O bom dia contornado no teu semblante.

Todas as paredes guardam teus sussurros,
Testemunham uma frase de amor...
Se perdem a sonhar o nosso sonho

Sigo te buscando nos risos soltos pelo ar,
Em palavras que escorrem por mim;
E no perfume que agora mora aqui...

quarta-feira, outubro 20, 2010

Dia do Poeta

Silenciar os significados inventados num olhar,
Reinventar os toques vividos naquele sonho real,
Fechar os olhos e sentir a saudade escorrer,
Acordar e sorrir saudoso os versos que se viveu.

Enxergar as cores vivas em um céu de véu cinza,
Beijar as nuvens que invadem os campos,
Procurar o ponto final que se perdeu da história,
Trocar as músicas pelas poesias que o beijo exala,

Sonhar o mesmo sonho já desperto
Brincar de desfazer os mistérios e recomeçá-los.
Olhar, sorrir, amar... Viver e ser...

Poeta de papel, poeta de bar
Poeta da vida e dos sonhos.
Poeta das minhas reticências...



#DiaDoPoeta ~

quinta-feira, outubro 07, 2010

Adeus ao poeta

Mataram meu poeta favorito,
Dos teus versos, me restaram a lembrança.

Levaram tuas esquinas em preto-e-branco,
Mandaram cancelar aquele pôr-do-sol infinito...
E eu fiquei com fragmentos...

O levaram assim, sem aviso,
sem nem uma nota de despedida..
E eu chorei quando não o encontrei

Rasgaram suas linhas,
transformaram em miragem seus círculos
E eu fiquei com as letras que mais ninguém lia.

Me deixaram um bilhete embaixo do assoalho,
Daqueles que tu leva dias -meses- para encontrar...
E o bilhete era uma fotografia...

Juntaram teus poemas, juntaram teus repentes,
E fizeram dos teus escritos cinzas.
E eu buscando um arco-íris...

Te deixei notas em uma partitura rasgada...
Cantavam nossa história, a saudade era aguda.
E eu me declarei no refrão....

Mas meu poeta favorito está morto e não poderá mais me ler
Resta-me tua nuvem que encorpa meu verso favorito..
Resta-me o gosto do beijo...

segunda-feira, setembro 27, 2010

Incondicional

Porque chega um momento que se torna impossível olhar pro lado e enxergar outros olhos,
por mais distantes que os seus estejam.

Tu fecha os olhos e sente o sabor do beijo, o gosto da pele...

Tu lembra da pessoa antes mesmo de lembrar de respirar...

É amor amar sem nem se importar,

sem tentar entender...


amar assim, por amar.

incondicional.

quarta-feira, setembro 15, 2010

... leve contigo...


Pegue todos os meus desejos e leve contigo,
Eles só existem por eu ver um desejo em ti.


[Não há como desejar sem sentir o calor de volta, sem ver, sem ouvir, sem tocar...]
 
 
Pegue meus sonhos e guarde junto aos teus,
Eles nasceram quando te descobri.
 
 
[Os sonhos não se dão bem em carreira solo... ]
 
 
Pegue cada lembrança minha e reacenda as tuas,
Elas são as maiores provas do que vivemos.


[Lembranças me provam que te amei, que te toquei... E me fazem ter certeza do que ficou no passado]
 
 
Pegue os poemas que te escrevi e junte às cartas,
Eles são meu testamento, onde te dou tudo que tenho.


[Meus poemas serão apenas despedidas tristes na ausência tua]
 
 
Pegue também meu amor e onde o teu estiver, o deixe,
Eu o deixei crescer para que completasse o teu.
 
 
[E se tu se vai, não tem porquê eu continuar aqui...]

segunda-feira, setembro 13, 2010

Feche os olhos...

Feche os olhos e sinta o calorzinho que invade tuas mãos.. Sou eu segurando-as..

Imagina também que este teu lábio molhado foi depois de um beijo meu....

Imagina que de todos os sonhos, o mais lindo é o que eu te toco...
 
Faz das minhas palavras, tua inspiração..

Faz do meu sorriso, tua maior contradição...

Fecha os olhos devagar, estenda os braços... Deixa eu te envolver..

Se envolva nos meus delírios... Me ajuda a desfazer os artifícios

Lembra da nota que eu transformei em música, é nossa melodia..

Lembra da minha voz te falando de paixão, me perdendo em imaginação...

Me ajuda a encontrar o caminho, em que nossos caminhos se encaminham...

Me mostra as marcas dos teus pés... Ao lado dos meus...

Me recita mais uma vez teus desejos... Os meus, nossos desejos.

quinta-feira, setembro 09, 2010

sobre meninos e meninas III

(sequência não oficial)


E eu que apenas arrisco minhas frases sem rima para tentar descrever um sonho, eu te digo com toda a certeza, menino: o que eu entendo das coisas do amor, foram tuas linhas retas que me ensinaram.
E o menino e a nuvem eram saudade demais para caber no coração da minha menina, ela queria era poder reescrever as últimas linhas daquele menino de palavras errantes e contar que todos os beijos só faziam sentido se aqueles olhos a iluminassem quando suas bocas se soltassem; de todas as paixões que aqueles poetas tentaram escrever, nenhuma tinha o fogo e a paixão que só o menino conseguiu sonhar; as lâminas da minha menina após cortar distâncias se negam a cortar este sonho pela metade. E eu que nem sei declamar as poesias que o menino-sonho merece ouvir, tampouco consigo segurar as lembranças e torná-las reais, acabo por me confundir com minha menina e abraço os versos antigos e choro a distância entre a nuvem e a cerejeira desfolhada. E a menina só queria dar um pulo bem alto para alcançar aquela nuvem e desviar a atenção do menino das estrelas que ele pescava e mostrar que ela ama é aquele menino sonhador, menino criador.
E agora eu só repito pra ti, menino, o que já disseste para sua menina: o impossível não existe pra quem sonha, mesmo para o coração que chora uma impossibilidade, mesmo para mim que uso das tuas palavras para te explicar o que tu mesmo me ensinou: final feliz aqui rima com amor.

segunda-feira, setembro 06, 2010

melodia

Peguei as letras das músicas que estavam perdidas pelo quarto..
Peguei as melodias que ficaram guardadas na memória
Salvei todas as notas que escrevemos nas ruas sem cor
Reescrevi os refrões que a vida me ensinara
E por fim rimei cada frase que eu te escrevia

Tomei o Sol para que iluminasse os teus olhos
E estes viraram pequenos olhos de sol
Teus olhos que me gritam sua saudade
Tua voz que me reafirma suas lembranças
Aquelas lembranças de um dia de sol chuvoso
De uma transmissão perdida, a melhor já vista

E por fim escrevi nas paredes do quarto,
O que o coração me grita..
A vontade transformada em ânsia
O desejo que já invade os pensamentos
E o amor que já não cabe em palavras

Não cabe em poemas;

Não cabe em músicas;

Não cabe nem em um não caber.





[Mas ainda cabe em sonhos, cabe na espera, cabe no querer]

terça-feira, agosto 31, 2010

Inspiração

Não uso de inspiração
Uso de motivos para escrever
E até o não-ter-motivos já me soa como versos
Da dor, do amor
Flores ou pôr-do-sol
Cada letra me é uma estrofe
Casa brisa me entoa uma poesia
E seus olhos me invertem
Me tornam poeta
E minha poesia é feita de nuvens
De algodão, de sonhos
É feita dos artifícios das letras tuas
Meus versos combinam com estrelas
E rimam com um rio vermelho
Minhas poesias tem raios de sol
E minha prosa tem seus beijos
Minhas sílabas ecoam nas tuas iniciais
E se reticentiam nas suas consoantes
Meus espaços contém abraços
E minhas vírgulas choram minha saudade
Descrevo-te tão intensamente
Que para o título me resta o plágio
E até no plágio eu te encontro
E talvez por te ter nas minhas letras é que o amo
E é por te amar que tenho motivos para escrever
                                                                                                                  inspiração!

domingo, agosto 29, 2010

letras que lia...

Acordei com as flores de cerejeira espalhadas
Perdidas entre meus braços, travesseiros e suas páginas
Chorei sobre os galhos secos
Enxuguei minhas lágrimas nas letras que lia


Lya me lia versos lindos
Eu me perdia em saudades

Lya me citava tuas palavras
Eu me perdia em desejos

Lya me fechava os olhos
E eles choravam um Rio


Dois Rios se formavam e eu te procurava
Dois Rios se perdiam em uma história sem endereço


Um afluente.
Olhos teus
Campos ensolarados
Olhos teus-meus

Minha lâmina que outrora cortara distâncias
Agora cortando meu coração
Lágrimas que banharam um "eu te amo"
Agora escorrendo pela estação


Meu outono virou inverno na nossa despedida
Meu inverno se estendeu na ausência tua
Minha cerejeira espera teu toque para reflorescer
Meu verão está dentro de ti


[Seu verão sou eu]


E eu me revelo no nosso pôr-do-sol
E me descubro numa madrugada sem horas
Num relógio sem ponteiros
Num abraço que é o meu adormecer

Tu-meu. Eu-tua.

terça-feira, agosto 24, 2010

em ti

Assim como teu silêncio me faz retornar,
Teu olhar faz com que eu me perca entre teus sorrisos, pêlos, boca...
Me perca em ti... Contigo.

Os mesmos sorrisos que me derretem,
Me devoram...


Eu, inconsequente... Te deixo me levar.
Fecho um olho de cada vez,
Olhos que olham o sol...
E querem te mirar


Olhos que encontraram sentido nos teus verdes,
Que se tornam insossos a cada despedida

Minhas mãos que procuram as tuas
Ao café da manhã,
Entre minhas curvas
No pôr-do-sol que o rio engole
Pelos corredores sem cor
Na madrugada sem horas...

Em que somos eu e ti...

Me reencontro em ti...


Pelas palavras recitadas,
Que ecoam o que os gestos demonstram..
Me amo em ti...
Te amo em mim..

Me refaço através dos teus passos
Te sigo... E me descubro.


Sonhos perdidos pelos travesseiros
Sonhos vividos por ti, em ti...
Tu, sonho meu, sonho real..
Sonho-real-sonho.

sexta-feira, agosto 20, 2010

... do outro lado

Vejo você do outro lado,
Tudo que posso desejar é manter
Manter seu sorriso no rosto
Manter o brilho em sua aura
Doce e repleta de magia
A me encantar, me alucinar
Alucinando-me em cada esquina
Povoando-me de desejos
Sufocando-me de amores
Querendo ser sempre mais
Correndo apenas para os seus braços
Molhando unicamente os seus lábios
Admirando sempre o seu olhar
Mesmo que esteja do lado de lá


terça-feira, agosto 17, 2010

Espera(nça)


Peguei meus pensamentos;
Me desfiz em carroséis.

Lembrei da tua voz;
Me perdi em vendavais.

Fechei os olhos;
Me vi nos teus verdes campos.

Transformei os tempos;
O futuro virou meu presente.



Corro contra cada segundo que me parece eternizar;
Te busco aqui, enfim...


Atropelo qualquer lembrança que ouse se sobrepôr às tuas;
Meus sonhos, tua morada...


Ultrapasso os sinais que tu me deixou;
Na esperança de te encontrar antes do indeterminado.




Te espero, aqui...

sábado, agosto 14, 2010

Poema de Quiseras II

Eu deveria aprender a cantar;
E te mostrar o caminho para o meu Sol.

Eu deveria viver um sonho;
E descobrir onde ele se encontra com a realidade.

Eu deveria abaixar o tom... Silenciar;
E ouvir cada sílaba das tuas declarações.

Eu deveria ser poeta.

terça-feira, agosto 03, 2010

140 caracteres

Teu olhar, teu beijo, teu abraço que eu sonhei-esperei durante tantos dias, meses... Por uma vida..

Que eu encontrei e descobri que tinham a medida exata dos meus... Dos que eu sempre procurei, por uma vida.

Teu jeito doce de falar que me ama, teus olhos marejados ao ficar emocionado, teu abraço forte, teu idioma, tuas mãos nas minhas, em mim...

Teu jeito apressado e ansioso de ter os nossos momentos de entrega, de ter cada parte de mim para ti... Teu jeito especial até assim..

Seus sorrisos bobos, suas risadas que eu não entendia até serem despertadas em mim...

Cada sussurro dito ao pé do meu ouvido, cada palavra gritada aos quatro ventos e cada gemido que representava total entrega....

Realmente fez o sonho ser ainda mais sonho ter te tocado, ter estado ao teu lado em ares completamente novos, mas que me pareciam familiar...

Sentir como se o que era inédito, fosse parte de mim há anos... Como se tu estivesse naquele lugar ali... Teu lugar

Como se meus beijos só então tivessem feito sentido.. Como se meus abraços enfim tivessem encontrado seu destino...

Teu cheiro, que me desperta todos os sentimentos, todos os desejos e promessas...

Enfim entender o que todos os poemas de amor tentaram me ensinar...

Enfim descobrir o que de verdade é poesia!


A falta que faz nos meus dias, nas minhas noites... Em cada segundo...A falta que faz é de cortar o coração... De me desesperar...

De me fazer questionar a Deus todos os porquês, todos os sentidos que até agora não fazem sentido... De fazer colocar a fé a prova...

E eu vou levando, devagar, arrastando, correndo, desesperada... Vou tentando deixar o desespero guardado para mim... Em mim, só meu.

E quando não consigo, ele vem em forma de palavras não pensadas... Vem e me descompassam, me deixam sem norte, sem meu sul... 

E mais uma vez eu me ponho a te buscar, a tentar refazer os passos dos nossos sonhos. O nosso sonho.


segunda-feira, agosto 02, 2010

Primeiro Ato

Do improviso, veio sua mais bela cena...
Uma cena que script nenhum conseguiu transcrever
Cena que parecia irreal até mesmo aos olhos
Seu beijo se confundindo com o meu, tornando-se um

Os braços tão desejados,
Se revelaram um abraço terno...
Envolvente...

Tu, meu rio afluente,
Faz de mim sua correnteza,
Me desfaz e reinventa num cais
Nossas incertezas

Reacendendo em mim cada toque teu,
Nuca, braços, pernas...
Desfazendo minhas falas ensaiadas,
Me perdendo entre o cenário do corpo teu

Minha personagem já tão real,
Completamente vidrada no personagem teu,
Repetindo teus passos, roubando teu espaço
Ensaiando já o segundo ato

A deixa  para o beijo se deu naquele olhar
Esperado para a cena, inesperado no instante
Teu beijo agora invadindo o meu,
Fazendo fechar as cortinas...

sexta-feira, julho 30, 2010

Porque hoje eu tive um sonho...











Porque hoje eu tive um sonho lindo..

                                                    Sonhei contigo aqui..

            Solto


                                             Espaçado             entre            meus             desejos                          
        
                    
                        PertoDeMim


Porque no meu sonho, eu te tocava....

                         E isso fazia do sonho, realidade...

                              Acordei sentindo seu perfume
  


                                                                        P
                                                                            E
                                                                                L
                                                                                   O
        
                                                                                           A
                                                                                               R



Porque durante alguns momentos, deixou de ser sonho


            Justamente quando acordei com meus braços estendidos


                                                                                                                                         Te
 procurando
pelo
quarto


Porque no meu sonho, eu te beijava...


E meu rosto enrubescia
Me fazendo sorrir
Envergonhada



Porque ainda nesse sonho, eu te esperava...

                                                              ... E já não era só sonho.

sábado, julho 24, 2010

Como ficar sem palavras?!

Assim tu chegaste,
Sem pretensão, por um destes textos quaisquer..
Talvez nem um texto, nem poesia, num microconto talvez..
Chegou deixando tua marca, teu nome, chegou me deixando a pensar..

O tempo passa... A vida flui, mas ali tu estavas, sempre a retornar..
Sempre a me fazer voltar nos pensamentos, relembrar tuas palavras.
Até que chegara o dia em que as frases esporádicas se foram...
Tuas palavras constantes vieram, chegaram...
Me refizeram, me transformaram...

Eu descobri em ti cada partícula do que eu tentei ser em uma vida
Eu descobri nos teus olhos toda uma espera, toda uma esperança
E projetei meus dias, meus sonhos... Projetei na tua vida
Projetei em cada minuto de ansiedade, um sentimento especial

Fiz do utópico o meu mais óbvio..
Transformei toda minha realidade na tua utopia, nosso sonho...
Me peguei andando em círculos,
Procurando teu menino nas nuvens, o menino criador
Me pus a acreditar que o impossível e o sonho não caberiam na mesma frase
Acreditei intensamente que meu destino estava ali,
Mas o ali era longe.. Baita longe!

Quando o sonho se torna palpável, ele cria antíteses...
O bem e o mal...
O certo e incerto...
Angústia e Felicidade...
Os clichês mais originais que minha vida poderia viver
Tu, longe de mim...

Aí eu fiquei, pelas ruas de Porto Alegre, ruas sem fim...
Aí deixei minha histórias, por paredes geladas
Por sorrisos sem face, pela chuva que escorreu de mim para o chão...
Que se foi, que levou parte da minha respiração...

Nos muros de Porto Alegre escrevi minha mais bela poesia
E também o meu romance mais inacabado, ficara no rascunho...
Rascunho dos meus desejos, que ainda te tem vivo
Rascunho dos meus sonhos, que se negam a te deixar ir

Minhas noites mais frias foram as de calor...
Por não te ter comigo, por não poder te fazer chegar
Te criando mais uma vez nas minhas paredes vazias

E agora o vazio retornou...
O sonho dissipou... Não existe sonho sem seu protagonista
Não existe mais a poesia sem o lirismo que a constrói...
Tu se foi, tu vai... E eu fico, eu fiquei.
Fiquei presa às memórias...
Estou presa à cenas que não vi.
Palavras que duraram 2 minutos
E que me levaram toda uma história.

Assim tu se vai,
Sem pretensão, levando embora contigo todos estes textos
Deixando em mim tua marca, teu nome, me deixando a pensar..
Não, não é um bom final.
E sim, o sonho vira pesadelo.

Tu me diz adeus,
Eu não sei o que te dizer..
Tu diz que me ama,
Eu te peço para guardar tuas palavras.
Tu se vai,
Eu vou...
Caminhos diferentes.
Fim.










quarta-feira, julho 21, 2010

Dueto #3

~ Sur Real

U • Em qual capítulo estou do meu livro?
N • Em qual página foi que eu te perdi entre os meus personagens?
U • Ou será que está uns cinco, seis, sete capítulos à frente?
N • Pode ser neste parágrafo, pode ser no epílogo… Onde você se escondeu?
U • Não sabes a falta que faz mesmo eu sabendo que ainda não te encontrei
N • Mesmo te tendo entre cenas que eu mesmo desconheço…
U • Futuros Dejavus, presentes desejos passados entre as veias
N • Predominando o desejo de te ter entre as minhas veias, saciando meu anseio
U • Percorrendo meu corpo como um veloz carro de Fórmula 1
N • Desviando em minhas curvas, como um motorista desgovernado
U • Só tenha cuidado pra não explodir em meu coração
N • E, não tenha como desviar, que venha intenso, venha no timbre que minha canção te entoa..
U • Segue afinado no meu Lá Dó, chega em Mi que já já vem Sol e chegaremos Sí e juntos.
N • Bailando entre cada um dos versos que só tuas notas conseguem compor…
U • Fazendo o fundo musical de um cenário que só eu vejo
N • Que apesar de invisível, torna-se totalmente concreto se vc faz morada
U • Então quando me encontrará entre os classificados?
N • Entre aquelas letras ora miúdas, ora gigantes, como tua presença real
U • Dizem que sou louco por venerar-te assim, sem nem saber a cor de teus olhos, seu tipo de cabelo, seu dia preferido da semana
N • Sem sequer um dia ter sentido teu abraço me tomar, sem sentir teu beijo me percorrer… Sem jamais ter falado contigo fora dos sonhos
U • Será que o encanto acaba quando vier?
N • Será que tu continua, se o encanto aumentar?
U • Me verá dentro do seu amanhã?
N • Fará do meu boa-noite o seu café-da-manhã?
U • Serei eu espelhado na sua xícara de café?
N • Farei da fumaça que foge do café os risos que espalharemos pelo cômodo?
U • Ela podia desenhar a data de quando você chegará
N • Ele mal conseguia esperar pelo dia em que seus versos seriam sussurrados em teu ouvido
U • Como despertador, como canção de ninar
N • Como o verbo que traduz o amor e me faz te chamar…
U • Vambora!
N • Vamos sair desse lugar, vamos ver o sol se pôr aquém… Vamos deixá-lo nascer além…
U • E os braços do tempo vão parar no instante em que encontrarmos nosso lugar
N • Tuas pernas entrelaçadas às minhas, sem nem sabermos em qual esquina parar
U • Minha câmera cerebral filmando todos os passos dos nossos lábios
N • Desmemoriando tudo que vivi até agora, para registrar cada centímetro de tua boca
U • Meu último primeiro beijo, minha última primeira noite de amor, meu último mundo, último tudo!!!
N • Meu último dia de espera, que será o primeiro da minha vida… Em ti.



~*

E nesse dueto, quem fez as honras foi o Uole - autor do blog A Casa na Árvore #VISITEM! 
A mim restam agradecimentos pela parceria e parabéns pela maestria no uso das palavras!

[Fica o convite para quem mais quiser/tiver interesse/curiosidade/etc de dividir comigo letras numa prosa ou poesia! #beijobeijo]

segunda-feira, julho 19, 2010

Pesadelo


E os dias se repetiam,
Os versos rasgados em pétalas já não impressionavam...
Já faziam reticência de uma história sem parágrafo.

Ela olhava todos os dias o mesmo copo de whisky em cima da cômoda..
Seu prazer já estava em acender o cigarro, nem lembrava como o tragava
E o porta-retrato continuava com a face virada para baixo, escondendo os sorrisos

Não havia nada que aquelas paredes frias pudessem fazer
Não existia música na vitrola que fosse capaz de reproduzir sua dor
E pelo chão jazia toda a esperança que um dia ousara ter

As páginas de caderno que voavam pelos cômodos eram reflexo
Reflexos de seus anseios, que guardava até mesmo de si..
Contornados do medo de que isso trouxesse de volta os fantasmas

Os ecos que entoavam as madrugadas já eram sinfonia
Seus desejos se limitavam a manter aquela armadilha que armara
Onde se escondia até da própria imagem refletida no espelho

E o pesadelo que criara para si era o mais trágico
Sem caminho de retorno, sem porta de saída
A melhor forma de fugir da oportunidade de sonhar..
E se entregar.

quinta-feira, julho 15, 2010

espera

Ao som de um blues ou de um ruído qualquer

Ao som daquela velha TV que repete a mesma cena numa novela diferente


Olho ao redor e me vejo, mil vezes eu, refletida em espelhos


Refletida em memórias nas paredes, tapete, cobertores desarrumados pela cama


Eu te espero... Pego meu dó e puxo para um ré. Tu domina e dita meu groove


Eu te espero... Desfaço meu cabelo, para o tempo passar enquanto o arrumo novamente


Mais uma vez – Umas quantas vezes até teus pés atravessarem a porta


Corro o chão, olho as marcas dos teus pés, cheiro minhas roupas, teu cheiro.


             Me faz ter certeza de que estavas ali, por mim – não fora sonho


Olho para o relógio... O tempo parece ter resolvido andar em ré, e meu sol ficara em ti


Crio refrões de músicas que nunca te mostrarei – ficarão aqui


Anoitece lá fora, aqui dentro sou lâmpada. Acesa, quente, querendo fazer sombras


Leio novamente tuas letras, através das minhas, te faço mais um poema


          Poemas que eu insisto em te mostrar – crus e sem qualquer encanto singular


Ando em círculos, sem ter onde chegar... Esperando apenas teu olhar chegar

Refaço tudo que já não existe mais para fazer – até os móveis ao meu redor somem


Só me sobra os cobertores sobre a cama que dividimos numa outra noite qualquer


Enrosco-me nelas para te esperar chegar...


Ou para ali te encontrar...


Esperando...


Sonho.

quarta-feira, julho 14, 2010

uma daquelas alucinações

Porque estás aqui, perto de mim. Talvez em mim, ou talvez seja só uma daquelas alucinações que tentam explicar nos livros e na TV, vá saber! Só consigo saber que me olha, me olha sim! Mas quando eu viro para trás para te olhar os olhos, tu te vira, te esconde... E eu me ponho a acreditar na tal da alucinação.

Por outras tantas vezes que estou deitada, olhos bem fechados, quase fazendo minhas pálpebras brigarem entre si. E eu te sinto aqui. Ah, sinto sim! Minha mão que ficou fora das cobertas e eu nem percebi... Que tola tu chamaria a mim, minha mão está quente porque a tua está aqui. Assim eu acredito que estás em mim.


E tem também aqueles dias, que toda espera atende por ansiedade e que qualquer ligação tem um só remetente - ao menos eu prefiro acreditar assim. E fico pronta para te encontrar no sofá, a me questionar - mas veja só, preciso trabalhar! aaaah, Nesses dias, pobre de mim! É justamente quando tenho certeza que estás aqui.

E tem aqueles dias em que nem os dias dão jeito - ah, tem sim! Dias que eu só te preciso, estando aqui, estando em mim... Ou até mesmo nas tais alucinações que eu não entendo muito bem, mas que também existem sim.

segunda-feira, julho 12, 2010

Despedida




Te procuro em versos da saudade.
                                Memórias eternizadas.

Te encontro em fragmentos de sonhos
                                         Aqueles reais, surreais.

Te reconstruo cada fala, cada toque
                                                 Gerando-me arrepios

Te faço um café e espero sua chegada
                                                           Através das minhas palavras

Te levo comigo a cada instante decorrente
                                                                   Relembrando nossa realidade

Te tomo os braços e pernas e te faço meu
                                                                           Como o poema que vivemos

Te abraço e te beijo, como sinal da despedida
                                                                                      Que mais uma vez nos separa

Te ligo após virar as cosas, já estamos distantes
                                                                                                   Não precisa se preocupar, eu volto.

quinta-feira, julho 08, 2010

Dueto #2

P: Entre o silêncio dessas paredes brancas...

N: Entre as brancas formas que se instalam nesse brando silêncio...

P: Eu me peguei escutando suas gargalhadas e vislumbrando o brilho do teu olhar

N: Enquanto desenhava as lembranças de um sonho que se dissipou em uma fria manhã

P: Quando você me disse adeus pra nunca mais voltar...

N: Fazendo de todo o encanto meros rastros de artifício

P: E por mais que tente me esquecer de tuas cores e formas, o destino me leva até você

N: Fazendo com que meus pés fluam ininterruptamente até os teus, como se teu rio fosse afluente do meu rio.

P: Como se o meu respirar dependesse de ti, como se meu viver dependesse de te ver sorrir...

N: E como se a cada noite sem te ter aqui, meu castelo de cartas fosse caindo... Ás após ás

P: E em meio a este turbilhão de pensamentos e sonhos, a única coisa que se mantém é a sua gargalhada... Repleta das cores que tenho querido não ver

N: Fazendo minha paleta ter os tons mais singelos, constratando com os meus atos mais marotos... Que eu reinvento a cada toque, ainda que tais toques agora se limitem a minhas recordações

P: E em meio a tantas vontades e desejos, eu me pergunto:

N: Que sonho é este em que você reinventa meus desejos, meus anseios?

P: Como pode, o simples fato de ver suas nuances nas minhas alvas paredes, me levarem a não ver mais nada neste mundo além do meu desejo de te ter perto de mim?

N: Reverberando aquelas palavras sussurradas no meu ouvido, logo após ter arrepiado-me a nuca... Intensificando o desejo de ter perto de mim, em mim... Para mim.

P: Comigo pra sempre, no meu branco-alvo quarto vazio. Frio. Silêncioso. Mas tenho certeza que se você estivesse aqui, todos os fantasmas da tuas gargalhadas não divididas comigo desapareceriam... Se ao menos soubesse que ainda pensas em mim, prometeria ser tua, toda tua... Inexoravelmente tua...

N: Desfazendo todos os enlaces das madrugadas de solidão que me levaram a estar acompanhadamente-só. Relembraria as tardes de verão em que o sol era apenas figurante, pois teus olhos verde-intensos me levavam para um mundo que era imensurávelmente distante de toda e qualquer lágrima que hoje é protagonista da minha vida.

P: Seria nós dois. Seríamos um. E isso, bastaria.

~ *

Segundo dueto que publico aqui e com muita honra que mais uma vez dividi versos com a Pri (autora do blog Estúpido Grito). Deixo o convite para quem quiser seguir o exemplo e me convocar para duetos, vou com todo o gosto! rs =) #beijosbeijos

segunda-feira, julho 05, 2010

Resposta ao Poema Teu

Morro dentro de cada segundo que me faz lembrar do sol que nasce por detrás dos prédios.

Morro junto a ti cada vez que morres por mim, morre dentro de mim num rio.

[Morro sim]

Eternizaria a noite após o sol que se defez em linha no horizonte. Contigo ao lado.

Refazendo cada passo apressado, em sintonia aos teus pés, em paralelo aos grafites de cores desbotadas

Com os poemas desenhados em cores mais vivas do que qualquer aquarela

[Mais cenários urbanos e risadas sem limite]
 
Revivendo num ciclo sem fim as migalhas sobre a mesa, as roupas sobre o chão. Você em mim.

A declaração de amor, talvez mais vivida do que falada, em gestos de intimidade, em abraços pela madrugada.

Eu te buscando cada vez que te sentia escorrer de meus braços, repetindo nossos enlaços 

[Faria da minha vida as reticências daquela noite que se iniciara num traço laranja real-artificial...]

Viveria ali, naquela noite sem desfecho. Viveria por ti, naqueles corredores sem qualquer pré-história.

Continuaria a escrever por cada parte daquele assoalho a nossa história. Continuaria sim.

Sussurraria em teu ouvido sob notas desafinadas da minha voz as possibilidades que emergem

E no final do tempo, já drasticamente calculado, desfavorável aos desejos,

Surge novamente o laranja-avermelhado, por trás das construções cinzas, desconhecidas

Entre cores e sombras que nos cobrem, eu me perco nos teus verdes campos, no meu-teu sol particular

Eu me perderia dentro de cada palavra ensaiada e me colocaria a reticenciar o mesmo "Eu te amo"



segunda-feira, junho 28, 2010

sonho-real-sonho

Que saudade das ruas que o Quintana descreveu
Ruas encantadas, que nem sonhos sonharam

Que saudade das mãos que me aqueciam
Do abraço que me fazia sentir em casa,
Dos caminhos que seus pés percorriam
Os mesmos caminhos que eu seguia.

Que saudade do vento gelado que cortava o calor
Mas que fazia crescer o nosso ardor.
Que saudade das risadas que ficaram nas fotografias
Meus olhos através dos olhos teus
Minhas lâminas enfim cortando distâncias,
Cortando os obstáculos para repousar nos teus verdes campos

Além da saudade, repousam teus beijos por meu corpo
Hipnotizam-me a lembrança dos verdes teus
Ficaram tuas marcas em mim, como memória viva
Adormece comigo todas as noites o teu cheiro
Tua respiração se misturando à minha,
Sua mão se perdendo entre meus dedos.. Inquietos
Tuas palavras ecoando em meus ouvidos,
Como a música mais pedida da estação.

domingo, junho 13, 2010

Primeiro

E de todas as sensações a de toque era a mais inebriante, certeira e semi-mortal. Daquelas que te fazem planejar o passo-a-passo, a troca de olhares e cada palavra a ser dita... Daquelas que te prendem e não te fazem querer deixar o tempo passar, nem que seja preciso quebrar o relógio.. E principalmente que te fazem perder a noção de tempo-espaço quando se acaba. O chão se esvai. Ficam as nuvens, cada vez mais distantes.. Se afastando dos teus olhos, dos meus desejos... Daquelas noites em que fomos você e eu, sem destino, sem que ninguém soubesse nosso endereço. Apenas eu e você, eu me alimentando de teus beijos, você se alimentando de cada um dos meus poros, que te respiram, que te seguram em mim. 


Transformar as horas contadas em uma vida infinita.. De paixões e descobertas... Sempre ali, a te mirar, de perto, como se fosse sempre o primeiro amanhecer... Sem deixar que o pôr-do-sol anterior se vá... Revivendo o primeiro toque. Aquele que mais ansiei. E se for para pedir que algo de você fique em mim, que sejam as melhores memórias, daquelas vivas e cheias de cor, todas que puderem existir na paleta do mais magistral artista, pois eu me recordar de você me traz a certeza do momento em que você me fez tua... E me provou que era meu.

sexta-feira, junho 04, 2010

Dueto #1




P: Estava procurando pela felicidade quando percebi que...

N: Que dentro de cada um de meus versos continha um todo de você..

P: Percebi também que a cada molécula de ar que entrava em meus pulmões me traziam você; um choque de cores no pulsar das minhas emoções

N: E enquanto te trazia para dentro de mim em rajadas de suspiros, te expulsava da forma mais fulgáz através de letra e música

P: Como eu te desejo, meu bem... Como eu te quero só pra mim... É mais forte...

N: Que toda as versões de sonho que um dia eu poderia narrar, mais intenso que cada partícula que há.

P: E, perceber sua ausência é insípido demais... é uma paleta de cores em tons de cinza

N: Tão monocromáticos quanto aquela lembraça de um dia que não era eu ao teu lado

P: E por mais que esta dor tente me tirar a razão, eu continuarei por aqui... Sonhando que meus sonhos um dia possam ganhar vida...

N: Cuja vida seja tão inteiramente povoada por momentos em que me perderei entre teus beijos e braços. Abraços e desembaraços.

P: Desejos e vida. sim! muita vida.

 ~ *


De muitos duetos que pretendo trazer/fazer, este é o primeiro que trago.
Devo a honra de ter dividido as palavras desde poema com a Priscilla Nunes - autora do blog Estúpido Grito, que vale mais do que a pena conferir! =) #beijobeijo

quarta-feira, junho 02, 2010

Reticente

Porque era bem fácil pegar papel e caneta e discorrer sobre teus olhos, se eles me miravam. Também era de tamanha sensação as palavras que escorriam por entre meus dedos, em tinta. Papel manchado de desejos, longos cafés deliberados madrugada adentro em duetos com voz-violão. Suas palavras, suas marcas, intacto em meu corpo, você, voando em meus pensamentos feito a nuvem mais próxima, que quase pode ser tocada. Seus verdes, já tão bem próximos, me fazendo ansiar pelo segundo anterior e novamente o anterior. Para que aquele instante nunca findasse.

No solstício eu entoei refrões que outrora te dediquei em notas, partituras e cartas rasgadas antes de serem postadas. Dos meus rabiscos inconscientes eu te desenhei segurando minha mão, forte e implacável, de forma que através de retas assimétricas era possível ver minhas veias pulsando num ritmo de batimentos descontrolados, semi imorais. Das palavras soltas em torno de um texto comportado extraía-se toda a espera transmutada em urgências, em meu corpo clamando por tuas mãos e meus cabelos aguardando seu desembaraço.

Dos versos já tão reciclados, mensurava-se o ardor, amor, excesso de vigor que me repercutia, invadindo meus hemisférios e me possuindo como lote indefinido. E meus verbos se predispunham de forma a te ter presente, a te ter reticente e, te fazer meu gerúndio enquanto o meu estigma for traduzido em ânsia tua. Da tua boca fazer meu porto, dos teus braços e pernas indómitos, fazer meu futuro, meu prazer insigne. Alastrando feito chama com efeitos psicodistrópticos em minha mente, que agora só faz repetir as mesmas cenas do seu rosto colado no meu, da sua boca percorrendo a minha - que eu brevemente espiei - e do momento em que aqui chegara. Indefinido. Eternizado.

segunda-feira, maio 31, 2010

Dissonante

E dentre as estrelas que ali pairavam, uma delas tinha o brilho equivalente.
Brilho retraído, brilho tal qual inofensivo. E sensitivo.

Das suas mãos emanavam uma energia que consumia, que invadia e dali,
Frágil e estirado corpo, fazia moradia.

Dos seus beijos se fazia o prólogo do meu prazer, desmedido.
Erradicava qualquer silhueta infantil

E o que fora planejado tomar, se fazia em breves notas dissonantes,
O meu acorde perfeito era sua voz dominante

E eu me perdia em cada milímetro da sua superfície desafogada
Agora afogada em mim, imersa em meus sonhos

E eu te trazia, assim como toda manhã insistia em te levar
Para longe daqui, no aguardo da próxima madrugada

quarta-feira, maio 26, 2010

fotografia

Te quero tão bem e tão intenso - murmurrara em desalinho.

 E aquelas foram as últimas palavras de que se tinha lembrança viva, fora isso ficaram as imagens, já guardadas em porta-retratos. Onde ela passava horas olhando e se perdendo no tempo... Olhando e revivendo.

 E ele já nem sabia mais como narrar toda aquela euforia que chegava em sons de silêncio, em risos de ansiedade e palavras de esperança para um futuro de tempo incógnito. Palavras raras, sentimentos abundantes. Para ela, soavam perfeitas, na medida que seus ouvidos precisavam e do tamanho que seu coração poderia guardar. Como a peça do quebra-cabeça que tanto se procura e se encontra num momento inexato.


 E era sempre assim, as saudades vinham, misturando-se com os desejos e lembranças estáticas espalhadas pelo quarto, sala, mente e corpo enfim. E nesse mix dedelicadeza e desejos, corrosivos e revitalizantes. Antítese. Opostos que se reconstroem, que não se atraem, se completam. Se reinventam. Se alimentam. Tornando-se uma coisa só. Unidade, sem vaidade, com reciprocidade. Eternidade.

domingo, maio 23, 2010

quinta-feira, maio 20, 2010

Untitled #4

Um momento que se aproxima
Um beijo que se anseia
Um par de olhos que desejo
Um tempo que insiste em perdurar
Um instante que teima em eternizar
Um amor que só faz ficar
Um dois
Um par



~*



O Óbvio Utópico está concorrendo ao Prêmio The Best GB 2010
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quarta-feira, maio 19, 2010

aqui-agora

E os seus versos não deixam meus ouvidos,
Notas
Minhas palavras tornam-se inteiramente suas,
Poesia
Da minha boca emana-se o que é sentido-sem-sentido
Saudade
Em meu paladar predomina um único sabor
Você
Em mim reverbera um único estado
Desejo
Em você eu consigo enxergar apenas um reflexo
Eu
Nessa espera eu consigo entender uma razão única
Coragem
Desse sonho eu extraio uma só vontade
Nós




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