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segunda-feira, julho 19, 2010

Pesadelo


E os dias se repetiam,
Os versos rasgados em pétalas já não impressionavam...
Já faziam reticência de uma história sem parágrafo.

Ela olhava todos os dias o mesmo copo de whisky em cima da cômoda..
Seu prazer já estava em acender o cigarro, nem lembrava como o tragava
E o porta-retrato continuava com a face virada para baixo, escondendo os sorrisos

Não havia nada que aquelas paredes frias pudessem fazer
Não existia música na vitrola que fosse capaz de reproduzir sua dor
E pelo chão jazia toda a esperança que um dia ousara ter

As páginas de caderno que voavam pelos cômodos eram reflexo
Reflexos de seus anseios, que guardava até mesmo de si..
Contornados do medo de que isso trouxesse de volta os fantasmas

Os ecos que entoavam as madrugadas já eram sinfonia
Seus desejos se limitavam a manter aquela armadilha que armara
Onde se escondia até da própria imagem refletida no espelho

E o pesadelo que criara para si era o mais trágico
Sem caminho de retorno, sem porta de saída
A melhor forma de fugir da oportunidade de sonhar..
E se entregar.

7 comentários:

  1. "Os ecos que entoavam as madrugadas já eram sinfonia
    Seus desejos se limitavam a manter aquela armadilha que armara
    Onde se escondia até da própria imagem refletida no espelho"

    me identifiquei muiiiiiiiiiito, namoral. [medo.com] O.O

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  2. O pior é que tudo é tão ruim, que você acredita que aquilo está bom! E sonhar começa a ficar cada dia mais dificil...

    Poesia depressiva, mas eu gosto!

    bjs!
    =D

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  3. E nesses versos quase cantados me perco.
    Ameii.
    ;)

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  4. "Já faziam reticência de uma história sem parágrafo."

    Comecei a bater palma nessa frase...
    Muito bom!

    Beijo

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  5. seu blog ée o melhor dos q eu sigo *--* amey essa postagem

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Vivendo o Óbvio Utópico...