Páginas

sábado, setembro 12, 2009

Guardar tudo numa caixa...

Hoje eu resolvi guardar tudo numa caixa. Pegar tudo que tenta me fazer mal e deixar lá dentro até ser esquecido, peguei a energia negativa que emana do mundo, joguei sem nem menos pensar que poderia ir alguma princípio de energia positiva. Fui pegando todas as pendências e lá deixei... Uma vida pendente é uma vida que anda para trás. Deixei também as lágrimas que estavam soldadas no meu coração, pouco a pouco fui conseguindo desobstruir o caminho. Agora o meu coração está limpo de mágoas. Inclusive deixei todas as tristezas que me derrubaram durante um tempo. Agora a cabeça está erguida pra valer.

Essa caixa eu enterrei no quintal, embaixo daquela antiga cerejeira, onde tantas e tantas vezes me sentei para sentir a brisa tocar meu rosto enquanto alguém cantava uma canção baixinha em meu ouvido. Busquei cada uma dessas lembranças e após filtrá-las, enterrei junto as que me traziam momentos de desamparo.


Após retornar para meu closet de lembranças e sentimentos, pude passar a organizar a minha caixa vigente, a caixa onde ficarão as coisas que eu quero e que me arrancam singelos ou escancarados sorrisos. Guardei flores secas pelo tempo, sorriros tímidos por frases inesperadas, gargalhadas arrancadas no meio de uma conversa casual, bilhetinhos de correio-secreto, canetas brilhosas que outrora escreveram cartões, fotos de lugares e momentos eternos, papéis amassados de viagens de ônibus, livros que se tornaram parte de mim, tickets de mil e uma coisas, perfumes cujos aromas não se esquecem, sonhos que transformam e modificam meu futuro, surpresas que poderiam se repetir eternamente, baralhos das noites em claro sem nada para fazer, lápis de cor com os quais pintei os sete mares, clips que prendem minhas lembranças, alfinentes segurando partes customizadas de roupas, cartas de namoradinhos do primário, cartas de amigos distantes, lenços que secaram lágrimas, anéis que significaram toda uma vida, botões que se soltaram, acessórios de toda uma surpresa montada em dias, doces de halloween, documentos falsificados para as noitadas antes dos 18, ímãs que pregavam fotos nos porta-retratos, passagens de erros e acertos, sabonetes colecionados ao longo de estadias e moradas, elásticos separadores de momentos, adesivos coloridos que retraram meu humor, remédios que me acompanham por toda a vida, batons vermelhos que me fazem mudar de órbita, óculos retrô que me leva para a época do blues, flyers que nunca serão usados, selos de correspondências que esperei ao lado da caixa de correio, tesouras que arrancaram partes do meu cabelo, chaves que nem lembro o que abrem, desejos de um mundo melhor, dados que ganhei nos melhores jogos que participei, fotos que retratam 20 anos, fichas de guitar hero e afins, envelopes coloridos de uma carta que nunca enviei, promessas feitas para o espelho no meio da madrugada, apontadores assoprados num momento de desespero, cd's de toda uma diversidade musical, álbums de fotos bonitas e que devem ser esquecidas, laços de amizade, amor....


Já essa caixa se manterá com a tampa aberta, não tenho motivos para fechá-la.

3 comentários:

  1. quem diria , nathalia filosa , vou usar o msmo metodo aki em ksa , vou enterrar uma caixinha no meu quintal.. uhauhau..
    pena que eu nao puxei ela UIEHAOUHEAUAIE
    beijos nathi ♥

    ResponderExcluir

Vivendo o Óbvio Utópico...