Abraçava-a, beijava-a, tomava-a nos braços com a maestria de quem toma um violino, delicado e implacável. Sabia a hora de lhe falar manso e a hora de prosear crônicas da vida... Sabia que era ao mesmo tempo caça e caçador. Buscava dentro de si mais uma maneira de fazê-la gritar, de fazê-la sorrir. E obtinha sucesso. Quão breve era sua abordagem, era também o efeito que a mesma percorria nos pequenos e frágeis poros da pele pálida daquela pequena moça... Aparentemente delicada e inofensiva.
Ela mais uma vez lançava-lhe seu olhar arrebatador e o fazia paralisar, sem nem ao menos tocá-lo. O fazia conhecer os segredos da babilônia, dominando-o lentamente, sem deixá-lo se dar conta. Fazia-o se sentir caça e caçador... Quando era apenas caça. Conversavam sobre as leis da física e do universo. Inventavam teorias. Percebia suas tentativas de surpreendê-la, se não fosse tão clichê tentarem isso, surtiria algum efeito. Sentia e vivia com ardor cada um dos braços, abraços, toques e beijos que dele recebia... Mas ainda era insuficiente. Não era como deitar debaixo de um céu pontilhado e narrar as histórias daqueles pequenos astros. Seu corpo se satisfazia, mas seu coração estava incandescente por amor. Os olhares que ela lhe lançava eram desesperados por uma leve percepção do seu querer.
Ele entendia esses olhares como uma resposta de satisfação e prazer. Ele queria cantar-lhe as canções que outrora sussurrara para seus fones de ouvido, queria fazê-la enxergar que merecia as sete maravilhas do mundo. Queria deitá-la debaixo de uma cerejeira num final de tarde e após o crepúsculo, contar-lhe histórias de sua meninice. Queria aperta-lhe a mão e fazê-la sentir seu coração... Queria mostrá-la que há muito seus motivos de ali estarem havia mudado, que há muito tinha porquê voltar noite após noite.
Ela sabia que os motivos que o traziam eram sempre os mesmos, sempre à mesma hora. Nunca mudaria. Assim como nunca mudara até então. Sacudiu então a cabeça a fim de afastar as ilusões que os olhares dele a traziam. Fechou os olhos, para que não passasse mais luz por suas pupilas, deleitou-se ao lembrar de tantas esperanças anteriormente frustradas. Lembrou de suas ilusões e de suas alucinações, com prazer matou a luzinha que emergia no meio de sua escuridão.
Ele planejava como iria abordá-la esta noite, após adentrar aquela porta mais uma vez e, como em todas as outras, ir em sua direção... Perguntava-se se conseguiria, ao menos hoje, fazê-la acreditar que irá tirá-la daquele lugar.
Não uso as palavras de forma tão bonita quanto vc., mas queria dizer que adorei seu blog e não somente pelos posts em si. Num mundo onde as coisas passam tão rapidamente e onde as lembranças e sentimentos são cada vez menos valorizados é muito bom ver que o "infinito particular" de uma pessoa ainda é respeitado. Uma pessoa que age de acordo com suas lembranças é muito mais capaz de não cair nos mesmos erros e de ter uma vida mais realizada e feliz. O ontem e o hoje, as pessoas encarnadas ou não que andam nos corredores de nossa memória, a saudade de tudo que valeu a pena nos proporcionam algums segundinhos de felicidade extrema. E são justamente esses segundinhos que "justificam a vida ou pelo menos esse instante", que dão um significado maior ao simples ato de levantar da cama todo dia de manhã, que nos faz olhar para trás com orgulho de tudo que fizemos. Nos conhecer virou um grande desafio, mas é e sempre será a melhor alternativa para se alcançar a felicidade e viver com amor. Antes de amar o outro devemos amar a vida e todas as chances que ela nos dá. E a vida sempre nos dá todas as oportunidades a partir do momento em que nos dispomos a aproveitar todas elas e todos que passam por nós, absorvendo cada um, mas sem perder aquilo que nos diferencia dos demais, que é nossa essência. Parabéns não só pelo blog, mas pela sua vida e principalmente por agir da forma que te faz feliz e por respeitar seus gostos e necessidades.
ResponderExcluirMinha irmã. Poetisa e Filósofa.
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirAntes de tecer qualquer comentário quero mergulhar nessas palavras.
ResponderExcluirCom toda certeza VH.. FIQUEI ATÉ COM VERGONHA DAS MINHAS POESIAS... GENTILEZA EM CADA PALAVRAS,ATÉ NAS VÍRGULAS
ResponderExcluirNada melhor do que o verdadeiro coração da alma femenina...
Descobri, sou um OGRO...
Eu vou tiraar você desse lugar, e vou levar você pra ficar comigo, e não me interessa o que os outros vão pensaaar
ResponderExcluirHoje tudo me lembra essa música..seu texto também. Amei.
que bonito seu texto, moça ;)
ResponderExcluirobrigada pela visita;
Nath, adorei o que li, você consegue transmitir imagens no que escreve. Está de muito bom gosto, e é só mais um talento seu... rsrs
ResponderExcluirEstarei vendo seus textos, mas já sei que não sairá outra coisa, senão elogios daqui.
Bjo no coração!