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quarta-feira, janeiro 27, 2010

E o meu coração tem dançado um tango... Sapateando a cada nota, cada prosa e cada cena ansiosa.
Ligeiro e fulgáz arrebata minha saudade e traz da vida somente a mocidade. E eu me perco em lembranças.
Tal qual tem sido meus instantes, meu romance, sigo assim, sorrindo calada, emanando toda a vaidade.
Toda a minha verdade, meu amor, beija-flor... Fazendo das nuvens, artifício e do seu sorriso, benefício.
Te tomo, te tenho, te quero, e posso sempre repetir... te amo.

sábado, janeiro 23, 2010

E mais um dia chegava, mais um sol nascia e mais brisas lhe insinuavam o doce amor guardado em seu peito. Ela olhou para o lado e sorriu por tê-lo ali tão perto, tão vivo em seus sonhos por todo esse tempo que passara... E a sintonia era perfeita, os olhares, suspeitos e cada toque fazia do ar rarefeito. Tentaram entender todo esse fenômeno, mas nem as mais antigas escrituras lhe traziam palavras suficientes, fecharam então os olhos e apenas sentiram toda a paz que lhes invadia, toda a felicidade que emanava em cada brilho do olhar, em casa sussurro repleto de declarações... Armações do amor, doce amor, singelo ardor. Sempre vivo o esplendor...

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Microconto #3

E o céu e o mar testemunharam aquele momento...
Meus olhos nos seus, seus olhos nos meus...
Nossos lábios a transformar em gesto todo o sentimento.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Sonho de verão

Resolvi fazer do verão mais uma nota do meu singelo refrão, peguei cada um dos raios que o sol me lançava e fui colocando uma nota ensaiada. Fiz melodia com as nuvens e das flores de cerejeira radiaste mais um verso, mais um inverso. Quis correr por cima da brisa, querendo alcançar o arco-íris e usá-lo de palco para todo meu teatro, para toda minha cena não-ensaiada, para meus verbos rasgados e sussurros planejados, então encontrei resquícios de sorrisos e planos, lembrei dos meus cadernos empoeirados, onde guardei minha vida, minhas cartas rasgadas e os vestígios de um beijo dilacerado.

Foi então que fechei os olhos e me transportei para mais um sonho de verão, mais uma emoção da estação. Retomei meus versos guardados e ensaiei o bater de asas da borboleta que viera a pousar em meu braço. Acariciei as ondas que emanavam das ondas a bater na praia, perto, singelo, distante, equivocante. Rodopiei um  mix de vontades e lhe puxei pra mim, te fiz vir, me fiz ouvir. Te encontrei... Enquanto você me encontrava.

terça-feira, janeiro 12, 2010

.... tirei o amor para dançar

Tirei o amor para dançar. E que maestria ele tinha para guiar, entre os pra lá e pra cá, um olhar me disparou. Desviei o olhar, para que ele não visse o brilho que subitamente emergia da minha íris, percebi seu sorriso contido no canto da boca, lancei-lhe um olhar tímido e ele baixou a face... Levantei os olhos à procura de minha alma, parecia que só meu corpo estava ali a bailar... Bailei o som da mocidade, lembrei das primaveras de saudade, desenhei conversas, respirei fotografias amareladas...

Segurei o queixo do amor entre meus dedos e lhe dei um beijo na face, vagaroso e atordoador. Senti minha outra mão a ser comprimida entre seus longos dedos... Parei, recuei. Reclinei meu olhos e suspirei baixo, calado... Senti uma brisa sacudir minhas madeixas, era sua mão, a me puxar para ele, para seu peito terno. E ali eu me entreguei. Cansei de procurar caminhos e fugir nas bifurcações, ali eu me entreguei e me fiz dele.
Foi então que eu abandonei minha túnica da saudade.

sábado, janeiro 09, 2010

Cálice de Resquícios

No seu dia-a-dia escondem-se manchas de café amargo.
Por baixo da sua pele esconde-se uma fragilidade lastimável.
Dentro de seus olhos transparecem as palavras marcadas.

Reflexo de guerras, batalhas e espadas, enfim.
Vítima de distância, saudade e nebulosidades
José hoje vai para talvez não voltar.

E seu único pensamento é a cicatriz da solidão.
Reviver fatos e lembrar os atos...
Que o levaram, que o trouxeram e que o armodaçaram.

Na volta nem seu número de endereço era igual
Seus móveis já estavam mastigados e suas paredes estavam descascadas
Suas lembranças se perderam ali, paredes frias, chão sugador

Os resquícios ficaram com seu coração,
Que outrem levara dali, junto a sua prataria já embaçada
Seus vinhos perderam a essência e suas taças estavam rachadas...

Restava um cálice...
Dentro dele, foram colocadas as palavras e os sentimentos.
Deixou na superfície as cicatrizes e dores.

Para imergir em tempos benquistos teria que reviver as dores
Desejou então descobrir novos sabores
Despiu sua capa de derrota e vestiu sua máscara

Enfrentaria mais uma luta...
Mas dessa vez só haveriam fantasmas a esperar sua volta...
Ela estaria a sorrir com o outro alguém que a levou.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Microconto #2

Fulano olhou pra Beltrano num olhar gélido e fulminante.
Beltrano apenas sorriu num amarelo impecável e virou as costas.
Fulano desejou desesperadamente um abraço do Beltrano.

terça-feira, janeiro 05, 2010

Untitled #2

E a saudade resolveu vir fazer morada,

Do meu pranto, enseada...

E vai me levando pelas ondas e areias...

Me ofuscando contra o sol...

Fazendo do sentimento antítese.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Soneto de Início

E é mais um recomeço,
Mais um início de estação,
Mais um calor de verão.
Apenas o começo de uma nova invenção.

Como a aurora que surge,
Novos desejos nos iludem,
Nos acometem, nos enlouquecem...
Como outrora, agora.

E vai passar, saudade deixará
E o que era novo, perceberemos...
Não passa apenas de mais um ciclo.

Reinventado e imutável,
Repetindo frases, quereres,,,
Recomeçando o mesmo começo.