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quinta-feira, novembro 19, 2009

Só enquanto eu...

E naquela manhã, ela acordou com o hálito quente dele na memória e ao esticar os braços para entrelaçá-lo, descobriu-se por abraçar o vazio. É, fora mais um sonho.

Quisera ela ter eloqüência suficiente para descrever o ímpeto que a fez pegar papel e lápis tão logo pôs os pés no chão, resolveu justificar pelo amor e saudade, na falta de palavras mais amplas. Mas ainda as achava tão pobres ao lado do tsunami de emoções que ele lhe proporcionava... Descobriu como era bom encostar no travesseiro e lembrar que apesar do frio lá fora, o coração estava aquecido. Chegava a criar uma antítese. Mas ela já havia se declarado fã delas mesmo, então se viu a continuar vivendo esse maremoto ora óbvio, ora utópico e a tomá-lo nos braços para viverem o óbvio utópico.

E num momento de romantismo exasperado, só conseguiu permitir que o coração usasse suas mãos para gritar o que estava sentindo... Dedicou-lhe seus versos mais modestos, fê-lo acreditar que só enquanto mantivesse a sanidade e respondesse por si; só enquanto pudesse chamar isso aqui de Terra e enquanto Friedrich Nietzsche pudesse ser chamado de filósofo; só enquanto o real ainda fosse utopia e a utopia não tivesse nada de fantasia; só enquanto respirasse, lembraria dele.


E assim tem sido.

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Strike!!! "Pralarelalle" (Som das minhas palavras sendo atingidas pela sua eloquência e se espalhando pelo chão...).

    Com o coração disparado e mãos suadas fica difícil de reorganizá-las.

    Te Amo, Poeta!

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  3. Há que se ter inteligência pra te ler, menina. Eu não sei se me falta isso, ou se me sobra preguiça pra raciocinar. Gosto do arranjo das letras e palavras, mas preciso minha mente descansada, ou um dia inteligente, pra te compreender melhor.

    Bjo.

    Ivan.

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  4. Sempre talentosa, Nathi
    Gosto da proposta do seu universo!

    um abraço literário, te seguirei!

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  5. Nathi, vc realmente escreve muito bem! Parabéns!
    Real e utopia caminham quase juntos!

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  6. Por que o carinha nunca aparece? :P
    Se alguém escrevesse versos para mim, eu iria aparecer do nada! rsrs

    Lindo Nathi!

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Vivendo o Óbvio Utópico...