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terça-feira, outubro 13, 2009

Luar Singular

Mais uma noite de risadas, castelinhos de cartas e bossa nova.
E mais uma noite de você. Mais capítulos para o meu sonho.
Busco sorrisos radiantes em rostos opacos. Nada se iguala ao seu.
Busco seu calor em braços frios. As noites tocam notas gélidas pelo meu corpo.
Eu tento aperfeiçoar cada uma das minhas palavras.
O verbo não se iguala aos calafrios que percorrem minha superfície.
Tomando-o em chamas, fazendo-me transmutar entre o céu e o mar.
Intensifico cada um dos meus sorrisos e beijos,
Esperando que eles demonstrem o que as palavras deixam faltar
Transformando o mármore em coração pulsante.
E é assim, uma eterna corrida contra os meus próprios sentimentos,
Sentimentos desenfreados, descasados.
Sob o teto de sol ou a música do silêncio, que me toma, me envolve, me desatina.
Venho e te envolvo, te transporto entre aqui, ali e lugar nenhum.
Te perco nos devaneios, te reencontro no arfar mais profundo de um olhar
Uno-me à sua pele, moldando um abraço, tomando sua forma,
Sentindo seu aroma... Busco meu astrolábio, você sumiu no horizonte,
O céu não é suficiente para te encontrar.
De repente te sinto dentro de mim, tudo faz sentido.
Não preciso fazer achar, se você já está.
Vem, e fica aqui. Fica em mim, fica comigo.
Me faz protagonista de seus anseios,
Me diz que posso dormir e te encontrar.
Faz-me sentir os mais inesperados toques, me toma, me assume. Faz de mim sua.
Se perde comigo em meus loucos devaneios, me ajuda a percorrer essa trilha.
Toma o chão como pluma e pula comigo em direção às nuvens.
Brinca comigo de desenhar formatos em algodão
Se aventura com o jogo da saudade, esquece a tristeza da vaidade.
Canta meu sorriso, dedilha meu abraço, fotografa minha respiração...
Doce e lenta dentro das palavras que te soprei.
Segura minha mão, bem forte, sincronizando o samba do nosso coração.
Cala até o som da mais suave melodia, deixa sintonizar
Guarda o suspiro que deixei fugir...
Ele guarda os segredos daquela dança não ensaiada, desajeitada.
Enquanto olho pros raios de sol e busco aquele luar...
Nosso luar singular. ♥

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Muito bom Nathália ;D
    Cara, eu num gstei deler mas gsto deler seus textos...fazem bem e me fazem pesar rsrsrsrs' bjo

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  3. Só mesmo suas palavras para descrever o que só o silêncio, quebrado apenas pelo som da respiração e dos batimentos conseguia. Palavras essas tão bela quanto aquele luar.

    Como fazes para dominar tão bem um conjunto de signos limitados e agrupá-los de forma tão perfeita, que faz com que eles se transformem em um sentimento tão forte que me faz flutuar?

    Vai.. Me ensina!!! Quem sabe assim eu possa cantar um certo sorriso e dedilhar um certo abraço...

    Mais uma vez suas palavras me absorveram e me lançaram num mundo onde tudo é belo.

    Magnífico!

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  4. A vida se torna melhor e mais divertida quando exploramos o mundo, tal qual uma criança. Quando relaxamos e deixamos o sentimento rolar e quando nos abrimos para o mundo. Nesse caso mesmo quando algum sofrimento insistir em aparecer, também estamos construindo nosso estoque de lembranças particulares, de boas memórias e é esse mesmo sentimento que nos faz olhar para tras e ver que tudo valeu a pena. E sempre vale, ainda que a gente não consiga ver. Basta pelo menos tentar. Na grande maioria das vezes a vida se encarrega de dar um rumo novo e melhor para nós, desde que a gente não negue as possibilidades e viva as situações intensamente. No corre e corre da vida e na teimosia do ser humano em forçar situações que apenas parecem ser boas para gente corremos o risco de nos perder de nossos sentimentos e devaneios. E que bom que vc. dá margem aos seus, pois é o que nos faz sentir vivos.

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  5. Oi Nathi.
    Que texto lindo!
    Amei!


    Beijos pra ti!



    P.S.:Seguindo o blog.

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  6. Ficaria a vida toda lendo e relendo.

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  7. Nossa! Cadê o fôlego agora? rsrsrs

    Muito bom Nathi, mais uma vez suas metáforas me chamam bastante a atenção, adoro elas.

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Vivendo o Óbvio Utópico...