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segunda-feira, outubro 05, 2009

Epicentro


_ Bom dia! - Susurrei para meu eu refletido no espelho.
Àquela hora da manhã ninguém além de mim seria capaz de sentir meus segredos transformados em respiração.
Recostei-me novamente sobre o travesseiro a fim de encontrar perdidos os sonhos dessa madrugada.
_ Ah, que saudades dos primeiros minutos da minha noite. - Suspirei.
Levantei-me e chequei o horário. 5:32am. Achei melhor retornar para meus devaneios, fechei os olhos e os apertei, sinceramente esperava lembrar dos diálogos metafóricos.
Passaram-se alguns minutos e senti minha pele arrepiar suavemente, estranhei e vagarosamente abri um dos meus olhos, formando uma careta decerto engraçada, não havia nem ao menos brisa entre aquelas quatro paredes.
Percebi que meu eu refletido me olhava fixamente, com uma expressão dura, fria... Me obrigava a levantar e encarar os fatos.
O sonho acabou, eu acordei, não me restam mais os diálogos moldados como eu quero.
_ Não é justo! - Relutei comigo mesma...
Virei de costas para o espelho, assim eu não haveria de incomodar a mim.
Continuei cantarolando baixinho as canções que outrora formaram uma trilha sonora... Hoje são apenas músicas da minha lista favorita.
Lembrei-me daquele trecho em especial. Aquele pequeno conjunto de palavras que por trás esconde uma vida inteirinha de afetos, inseguranças, anseios e amores.
Exatamente aí que o inevitável aconteceu, senti minhas pálpebras pesarem e, contra minha vontade, se fecharem como que eternamente.
Logo me vi no meu mundo de fantasias e doces ilusões.
Vi alguém andando em minha direção, inclinei levemente meu pescoço para o lado, acreditando ser um gesto que me faria ter melhor perspectiva de visão. Pura ilusão!
A pessoa se aproximava e eu desesperava-me. Não conseguia reconhecer!
Chegava cada vez mais perto e senti meus pés recuarem inconscientemente.
_ Olá. - Disse a pessoa sem face, numa voz suave e viciante.
_ O... lá. - Balbuciei uma resposta.
Não era possível! Eu conseguia ver a pessoa diante de mim, a menos de 2m agora, mas não conseguia enxergar-lhe a face, não conseguia distinguir a cor de seus olhos, tampouco ver seus traços.
Mas sentia seus olhos nos meus com a intensidade de todos os maremotos já relatados, inundando-me, prendendo-me a respiração, fazendo afogar-me. Foi então que eu identifiquei o motivo desse abalo sísmico.
Não poderia ser outro! Senão eu ter chorado oceanos aquela noite ao encostar no travesseiro, foi ter chorado tanto a ponto de achar que haveria de secar toda a água do mundo, a ponto de transformar meu coração no epicentro daquele maremoto.
Não entendo ainda como havia uma lágrima a rolar quando meu despertador tocou mais uma vez, lembrando-me que a hora estava a passar... Lembrando-me que mais uma vez eu ficaria sem minhas respostas, que eu deveria viver o mundo real.
Inconformada, virei-me novamente de frente para o espelho e declarei:
_ Você venceu. Estou indo encarar os fatos.
Percebi um leve sorriso a se formar no canto dos meus lábios, nos meus lábios refletidos, os que eu sinto estavam inundados...

7 comentários:

  1. "- Como pode alguém sonhar
    o que é impossível saber?
    - Não te dizer o que eu penso
    já é pensar em dizer
    e isso, eu vi,
    o vento leva!
    - Não sei mais
    sinto que é como sonhar
    que o esforço pra lembrar
    é a vontade de esquecer...
    E isso por que?
    Diz mais!
    Uh... Se a gente já não sabe mais
    rir um do outro meu bem então
    o que resta é chorar e talvez,
    se tem que durar,
    vem renascido o amor
    bento de lágrimas.
    Um século, três,
    se as vidas atrás
    são parte de nós.
    E como será?
    O vento vai dizer
    lento o que virá,
    e se chover demais,
    a gente vai saber,
    claro de um trovão,
    se alguém depois
    sorrir em paz.
    Só de encontrar..."

    Amarante comentou por mim hoje!

    Muita paz, fé e café, Nathi. Outro dia virá e o próximo amanhecer há de ser mais belo se acreditarmos nisso...

    Grande beijo!

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  2. aew Nathália Demais esse ae ein'
    muito profundo tbm,dá pra sentir cada palavra nina' *-*'Muito bom msmo! foda u.U'

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  3. Naaaath, que lindo *-* own, mto fofo mesmo

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  4. Explicam que sonhos são realidades guardada dentro de nós e informçaões que nos envolve durante as horas de nossos dias. Outros dizem que sonhos são outras vidas, que vivemos o que queremos -nem sempre é assim - e deixamos o que temos medo acontecer.Até mesmo se entregar a alguém sem face, sem cor, sem luz. Nós satisfaz saber que o sonho uma hora vai acabar; nos deprime saber que acabou e poderia durar bem mais. Só nos resta ressonar e deixar o sonho aconter novamente.

    Boa semana,anjo!

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  5. Muito bom Nathi, o suspense ficou na medida! Lendo dá pra imaginar as expressões faciais quando as descreve.

    bjo Chan!

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Vivendo o Óbvio Utópico...