Páginas

terça-feira, agosto 31, 2010

Inspiração

Não uso de inspiração
Uso de motivos para escrever
E até o não-ter-motivos já me soa como versos
Da dor, do amor
Flores ou pôr-do-sol
Cada letra me é uma estrofe
Casa brisa me entoa uma poesia
E seus olhos me invertem
Me tornam poeta
E minha poesia é feita de nuvens
De algodão, de sonhos
É feita dos artifícios das letras tuas
Meus versos combinam com estrelas
E rimam com um rio vermelho
Minhas poesias tem raios de sol
E minha prosa tem seus beijos
Minhas sílabas ecoam nas tuas iniciais
E se reticentiam nas suas consoantes
Meus espaços contém abraços
E minhas vírgulas choram minha saudade
Descrevo-te tão intensamente
Que para o título me resta o plágio
E até no plágio eu te encontro
E talvez por te ter nas minhas letras é que o amo
E é por te amar que tenho motivos para escrever
                                                                                                                  inspiração!

domingo, agosto 29, 2010

letras que lia...

Acordei com as flores de cerejeira espalhadas
Perdidas entre meus braços, travesseiros e suas páginas
Chorei sobre os galhos secos
Enxuguei minhas lágrimas nas letras que lia


Lya me lia versos lindos
Eu me perdia em saudades

Lya me citava tuas palavras
Eu me perdia em desejos

Lya me fechava os olhos
E eles choravam um Rio


Dois Rios se formavam e eu te procurava
Dois Rios se perdiam em uma história sem endereço


Um afluente.
Olhos teus
Campos ensolarados
Olhos teus-meus

Minha lâmina que outrora cortara distâncias
Agora cortando meu coração
Lágrimas que banharam um "eu te amo"
Agora escorrendo pela estação


Meu outono virou inverno na nossa despedida
Meu inverno se estendeu na ausência tua
Minha cerejeira espera teu toque para reflorescer
Meu verão está dentro de ti


[Seu verão sou eu]


E eu me revelo no nosso pôr-do-sol
E me descubro numa madrugada sem horas
Num relógio sem ponteiros
Num abraço que é o meu adormecer

Tu-meu. Eu-tua.

terça-feira, agosto 24, 2010

em ti

Assim como teu silêncio me faz retornar,
Teu olhar faz com que eu me perca entre teus sorrisos, pêlos, boca...
Me perca em ti... Contigo.

Os mesmos sorrisos que me derretem,
Me devoram...


Eu, inconsequente... Te deixo me levar.
Fecho um olho de cada vez,
Olhos que olham o sol...
E querem te mirar


Olhos que encontraram sentido nos teus verdes,
Que se tornam insossos a cada despedida

Minhas mãos que procuram as tuas
Ao café da manhã,
Entre minhas curvas
No pôr-do-sol que o rio engole
Pelos corredores sem cor
Na madrugada sem horas...

Em que somos eu e ti...

Me reencontro em ti...


Pelas palavras recitadas,
Que ecoam o que os gestos demonstram..
Me amo em ti...
Te amo em mim..

Me refaço através dos teus passos
Te sigo... E me descubro.


Sonhos perdidos pelos travesseiros
Sonhos vividos por ti, em ti...
Tu, sonho meu, sonho real..
Sonho-real-sonho.

sexta-feira, agosto 20, 2010

... do outro lado

Vejo você do outro lado,
Tudo que posso desejar é manter
Manter seu sorriso no rosto
Manter o brilho em sua aura
Doce e repleta de magia
A me encantar, me alucinar
Alucinando-me em cada esquina
Povoando-me de desejos
Sufocando-me de amores
Querendo ser sempre mais
Correndo apenas para os seus braços
Molhando unicamente os seus lábios
Admirando sempre o seu olhar
Mesmo que esteja do lado de lá


terça-feira, agosto 17, 2010

Espera(nça)


Peguei meus pensamentos;
Me desfiz em carroséis.

Lembrei da tua voz;
Me perdi em vendavais.

Fechei os olhos;
Me vi nos teus verdes campos.

Transformei os tempos;
O futuro virou meu presente.



Corro contra cada segundo que me parece eternizar;
Te busco aqui, enfim...


Atropelo qualquer lembrança que ouse se sobrepôr às tuas;
Meus sonhos, tua morada...


Ultrapasso os sinais que tu me deixou;
Na esperança de te encontrar antes do indeterminado.




Te espero, aqui...

sábado, agosto 14, 2010

Poema de Quiseras II

Eu deveria aprender a cantar;
E te mostrar o caminho para o meu Sol.

Eu deveria viver um sonho;
E descobrir onde ele se encontra com a realidade.

Eu deveria abaixar o tom... Silenciar;
E ouvir cada sílaba das tuas declarações.

Eu deveria ser poeta.

terça-feira, agosto 03, 2010

140 caracteres

Teu olhar, teu beijo, teu abraço que eu sonhei-esperei durante tantos dias, meses... Por uma vida..

Que eu encontrei e descobri que tinham a medida exata dos meus... Dos que eu sempre procurei, por uma vida.

Teu jeito doce de falar que me ama, teus olhos marejados ao ficar emocionado, teu abraço forte, teu idioma, tuas mãos nas minhas, em mim...

Teu jeito apressado e ansioso de ter os nossos momentos de entrega, de ter cada parte de mim para ti... Teu jeito especial até assim..

Seus sorrisos bobos, suas risadas que eu não entendia até serem despertadas em mim...

Cada sussurro dito ao pé do meu ouvido, cada palavra gritada aos quatro ventos e cada gemido que representava total entrega....

Realmente fez o sonho ser ainda mais sonho ter te tocado, ter estado ao teu lado em ares completamente novos, mas que me pareciam familiar...

Sentir como se o que era inédito, fosse parte de mim há anos... Como se tu estivesse naquele lugar ali... Teu lugar

Como se meus beijos só então tivessem feito sentido.. Como se meus abraços enfim tivessem encontrado seu destino...

Teu cheiro, que me desperta todos os sentimentos, todos os desejos e promessas...

Enfim entender o que todos os poemas de amor tentaram me ensinar...

Enfim descobrir o que de verdade é poesia!


A falta que faz nos meus dias, nas minhas noites... Em cada segundo...A falta que faz é de cortar o coração... De me desesperar...

De me fazer questionar a Deus todos os porquês, todos os sentidos que até agora não fazem sentido... De fazer colocar a fé a prova...

E eu vou levando, devagar, arrastando, correndo, desesperada... Vou tentando deixar o desespero guardado para mim... Em mim, só meu.

E quando não consigo, ele vem em forma de palavras não pensadas... Vem e me descompassam, me deixam sem norte, sem meu sul... 

E mais uma vez eu me ponho a te buscar, a tentar refazer os passos dos nossos sonhos. O nosso sonho.


segunda-feira, agosto 02, 2010

Primeiro Ato

Do improviso, veio sua mais bela cena...
Uma cena que script nenhum conseguiu transcrever
Cena que parecia irreal até mesmo aos olhos
Seu beijo se confundindo com o meu, tornando-se um

Os braços tão desejados,
Se revelaram um abraço terno...
Envolvente...

Tu, meu rio afluente,
Faz de mim sua correnteza,
Me desfaz e reinventa num cais
Nossas incertezas

Reacendendo em mim cada toque teu,
Nuca, braços, pernas...
Desfazendo minhas falas ensaiadas,
Me perdendo entre o cenário do corpo teu

Minha personagem já tão real,
Completamente vidrada no personagem teu,
Repetindo teus passos, roubando teu espaço
Ensaiando já o segundo ato

A deixa  para o beijo se deu naquele olhar
Esperado para a cena, inesperado no instante
Teu beijo agora invadindo o meu,
Fazendo fechar as cortinas...