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sexta-feira, outubro 30, 2009

Soneto do teu verbo

Canto, respiro, sinto,
Vivo tua vontade
Enquanto te tomo, te dedico
Meu prazer de eternidade

Te encontro em mais um sonho
São anjos no ouvido a sussurrar
"Se um beijo teu eu ganho,
Já não há nada a esperar"

No teu verbo encontro a paz,
Como a brisa, deixa-me mais
Mais uma dose dessa canção

E até ontem era vaidade e nada mais
Hoje tua liberdade faz minha saudade
Amanhã teu verbo musicará minha emoção

quarta-feira, outubro 28, 2009

Doce ardor

Ela abriu os olhos. Ele sorriu, sereno e arrebatador. Ela o envolveu em seu mais misterioso abraço. Ele entregou-se.
Fizeram daquele momento sua eternidade, lenta e loucamente se tomaram em beijos e suspiros. Perderam-se nos calafrios que percorriam seus frágeis corpos. Corpos estes que pareciam feitos de chama, alastrando-se numa proporção avassaladora. Transformando em pólvora a mais leve transpiração. Ela arrebatou seus sentidos no mais suave toque. Fê-lo ir ao ponto mais profundo de sua essência. Ele tomou-a de todo o seu tino. Levou-a aos seus labirintos de doce ardor. Sentiram a aproximação, viveram em mútua adoração. Desejaram viver ali enquanto houvesse amor, e se isso fosse pedir muito, ao menos enquanto houvesse calor.

domingo, outubro 25, 2009

Eu aqui, você aí....

Estava andando por aí, distraída com o céu pontilhado de segredos.
Procurando sempre algo mais em versos vazios...
Querendo ter algo que insistia em não vir...
Até olhar pra frente... E te ver vir...
Com os melhore abraços, os mais doces descasos...
Rápido e fatal, você chegou e me dislarcerou como um vendaval.
Levou pra longe de mim todos os males, os desencaixes.
Fez-me ser sua, antes mesmo de me tocar...
Abraçou-me e me levou à lua... Vivendo o mais doce dos clichês.
Senta aqui bem perto, me conta cada um de seus desejos incertos...
Eu aqui, você aí. Não há porque não estar.


~~~~~*

terça-feira, outubro 20, 2009

Vinte

Vinte estrelas brilham enquanto você me chama.
São dias belos, aqueles que você diz que me ama.
Te vejo aqui, constante, imutável.
Refaço aqueles cálculos inalteráveis...
Reconstituo aquela alucinação,
São vinte anjos me saudando em uma única canção;
Minha respiração alterou-se vinte vezes até você chegar.
Venho e vejo que esse brilho todo vem de seu olhar
Busco mais um dia. Por enquanto são vinte.
Vinte vezes amor, vinte vezes saudade.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Protagonista...

E estou aqui, numa madrugada sem fim, recapitulando dias, horas, beijos...
Escolhendo entre aqui e ali, qual sonho que terei.
Decerto há de ser você, meu protagonista. Meu adormecer e meu despertar.
Decerto há de ser você, meu amor. Dono do meu sorriso e brilho no meu olhar.
Correndo dentre furacões e terremotos para cumprir a promessa que te fiz.
Afogando-me em maremotos de saudades logo após o caminhar que se dá...
Para longe de seu amor, seu calor.
E o sono vai embora, a vontade me devora. Inconseqüente, delinquente...
Percorre meus traços, que acabaras de tocar. Engole-me como mais uma dose daquele Whisky barato.
E eu ando vivendo nos seus braços, alimentando-me de seus abraços.
Roubando seus beijos de urgência... Como quem compensa o que faltou até ainda pouco
O relógio da solidão transborda sua revolta, maltratando-nos com suas inverdades.
Faz-nos viver horas em minutos e querer minutos em anos.
Faz-nos querer ser sempre mais... Mais amor, mais desejo, mais anseio.
Faz-nos querer ser simplesmente a gente.
Simples e desconcertante... Como uma lua que insiste em aparecer no meu meio-dia.
Como seu olhar que me surge mais radiante que o sol, à meia noite.
Hoje, amanhã, decerto há de ser você.
Vem, devora-me com suas palavras, desatina-me em saudades de um beijo incompleto.
Faz-me saber que aquelas palavras são leis.
Leis da nossa vida, do nosso caminhar..
Ligo o rádio e escuto nossa música, estudo nosso amor... Você me ganhou. ♥

terça-feira, outubro 13, 2009

Luar Singular

Mais uma noite de risadas, castelinhos de cartas e bossa nova.
E mais uma noite de você. Mais capítulos para o meu sonho.
Busco sorrisos radiantes em rostos opacos. Nada se iguala ao seu.
Busco seu calor em braços frios. As noites tocam notas gélidas pelo meu corpo.
Eu tento aperfeiçoar cada uma das minhas palavras.
O verbo não se iguala aos calafrios que percorrem minha superfície.
Tomando-o em chamas, fazendo-me transmutar entre o céu e o mar.
Intensifico cada um dos meus sorrisos e beijos,
Esperando que eles demonstrem o que as palavras deixam faltar
Transformando o mármore em coração pulsante.
E é assim, uma eterna corrida contra os meus próprios sentimentos,
Sentimentos desenfreados, descasados.
Sob o teto de sol ou a música do silêncio, que me toma, me envolve, me desatina.
Venho e te envolvo, te transporto entre aqui, ali e lugar nenhum.
Te perco nos devaneios, te reencontro no arfar mais profundo de um olhar
Uno-me à sua pele, moldando um abraço, tomando sua forma,
Sentindo seu aroma... Busco meu astrolábio, você sumiu no horizonte,
O céu não é suficiente para te encontrar.
De repente te sinto dentro de mim, tudo faz sentido.
Não preciso fazer achar, se você já está.
Vem, e fica aqui. Fica em mim, fica comigo.
Me faz protagonista de seus anseios,
Me diz que posso dormir e te encontrar.
Faz-me sentir os mais inesperados toques, me toma, me assume. Faz de mim sua.
Se perde comigo em meus loucos devaneios, me ajuda a percorrer essa trilha.
Toma o chão como pluma e pula comigo em direção às nuvens.
Brinca comigo de desenhar formatos em algodão
Se aventura com o jogo da saudade, esquece a tristeza da vaidade.
Canta meu sorriso, dedilha meu abraço, fotografa minha respiração...
Doce e lenta dentro das palavras que te soprei.
Segura minha mão, bem forte, sincronizando o samba do nosso coração.
Cala até o som da mais suave melodia, deixa sintonizar
Guarda o suspiro que deixei fugir...
Ele guarda os segredos daquela dança não ensaiada, desajeitada.
Enquanto olho pros raios de sol e busco aquele luar...
Nosso luar singular. ♥

sexta-feira, outubro 09, 2009

Tempestade

Pensamentos às três da manhã, de onde vêm?
Corro e busco estas respostas... Um caminho que não finda;
Uma busca que não tem um final feliz.
Cada pergunta gera outra pergunta e de repente me vejo dentro de uma tempestade;
Tem como fugir? Não, não adiantou, não sei nadar.
Também parei e desisti de tentar, a onda bateu e me fez lembrar..
Lembrar que eu que criei a tempestade, eu que devo dar um fim nela, não ela em mim.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Amor de Estação

Estou apaixonada por um amor de rodoviária... Amor com hora marcada; amor com voz cantada.
Paixão desatinada, abraçando sempre a mesma brisa, sorrindo sempre para a mesma paisagem
Correndo sempre para o mesmo lugar... Lá irei te encontrar.
Amor de rua; vida bandida. Amor desaforado, desmedido.
Ele vem e brinca com meus cabelos, corre e canta minha saudade.
Enaltece minhas verdades. Se esconde, irradia. Acha minha encenação.
Corre e se esconde entre a multidão. Ah, esse amor de estação!
Esperando sempre com a mesma ansiedade, sei que és o mestre da minha vaidade.
Vem! Me fez brincar com os versos da imortalidade. Faz-me querer esse amor de liberdade.
Mostra-me seus truques, seus mistérios. Faz de mim donzela cortejada.
Deixa-me riscar as páginas do meu caderno, enquanto canto seu olhar.
Dê-me a mão para que eu te ajude a mergulhar nas minhas palavras versadas.
Abre meu livro na página marcada, lê a memória que te dediquei
Repete essa música que já vou descer. Antes, preciso te dizer:
_ Até a próxima estação!

segunda-feira, outubro 05, 2009

Epicentro


_ Bom dia! - Susurrei para meu eu refletido no espelho.
Àquela hora da manhã ninguém além de mim seria capaz de sentir meus segredos transformados em respiração.
Recostei-me novamente sobre o travesseiro a fim de encontrar perdidos os sonhos dessa madrugada.
_ Ah, que saudades dos primeiros minutos da minha noite. - Suspirei.
Levantei-me e chequei o horário. 5:32am. Achei melhor retornar para meus devaneios, fechei os olhos e os apertei, sinceramente esperava lembrar dos diálogos metafóricos.
Passaram-se alguns minutos e senti minha pele arrepiar suavemente, estranhei e vagarosamente abri um dos meus olhos, formando uma careta decerto engraçada, não havia nem ao menos brisa entre aquelas quatro paredes.
Percebi que meu eu refletido me olhava fixamente, com uma expressão dura, fria... Me obrigava a levantar e encarar os fatos.
O sonho acabou, eu acordei, não me restam mais os diálogos moldados como eu quero.
_ Não é justo! - Relutei comigo mesma...
Virei de costas para o espelho, assim eu não haveria de incomodar a mim.
Continuei cantarolando baixinho as canções que outrora formaram uma trilha sonora... Hoje são apenas músicas da minha lista favorita.
Lembrei-me daquele trecho em especial. Aquele pequeno conjunto de palavras que por trás esconde uma vida inteirinha de afetos, inseguranças, anseios e amores.
Exatamente aí que o inevitável aconteceu, senti minhas pálpebras pesarem e, contra minha vontade, se fecharem como que eternamente.
Logo me vi no meu mundo de fantasias e doces ilusões.
Vi alguém andando em minha direção, inclinei levemente meu pescoço para o lado, acreditando ser um gesto que me faria ter melhor perspectiva de visão. Pura ilusão!
A pessoa se aproximava e eu desesperava-me. Não conseguia reconhecer!
Chegava cada vez mais perto e senti meus pés recuarem inconscientemente.
_ Olá. - Disse a pessoa sem face, numa voz suave e viciante.
_ O... lá. - Balbuciei uma resposta.
Não era possível! Eu conseguia ver a pessoa diante de mim, a menos de 2m agora, mas não conseguia enxergar-lhe a face, não conseguia distinguir a cor de seus olhos, tampouco ver seus traços.
Mas sentia seus olhos nos meus com a intensidade de todos os maremotos já relatados, inundando-me, prendendo-me a respiração, fazendo afogar-me. Foi então que eu identifiquei o motivo desse abalo sísmico.
Não poderia ser outro! Senão eu ter chorado oceanos aquela noite ao encostar no travesseiro, foi ter chorado tanto a ponto de achar que haveria de secar toda a água do mundo, a ponto de transformar meu coração no epicentro daquele maremoto.
Não entendo ainda como havia uma lágrima a rolar quando meu despertador tocou mais uma vez, lembrando-me que a hora estava a passar... Lembrando-me que mais uma vez eu ficaria sem minhas respostas, que eu deveria viver o mundo real.
Inconformada, virei-me novamente de frente para o espelho e declarei:
_ Você venceu. Estou indo encarar os fatos.
Percebi um leve sorriso a se formar no canto dos meus lábios, nos meus lábios refletidos, os que eu sinto estavam inundados...

domingo, outubro 04, 2009

Próximo amanhecer...

Hoje eu tive que correr atrás das palavras. Pareciam que me fugiam aos dedos como pequenos grãos de areia seca... Revirei meus pensamentos e te encontrei. Lembrei daquelas tardes que estão eternizadas em cada abraço e em cada boa noite, a cada dia mais especial. Olhei ao meu redor e dentre tantas pessoas, não encontrei um olhar sequer que me fizesse brilhar. Corri dentro do vento, me vi nas nuvens, brinquei de modelá-las. Peguei-me beijando a brisa e cantarolando fotografias. Descobri momentos que se transformaram em fotos e me perdi em meio a você. Cada palavra que transmuta a lágrima que corre infindavelmente pelo meu corpo há de tornar-se música aos meus ouvidos, músicas de uma nota, músicas sem melodia, músicas da alma. A cada leve degustação do meu íntimo Jack encontro aquelas noites sem luar. De repente a cena muda e me vejo debaixo do pôr-do-sol. Me vejo com os pés sujos de areia e sinto um calor apenas na mão esquerda... Olho para o lado e te sinto ali... A escuridão tomou o céu rapidamente, mais rápido do que meu olhar conseguiu te alcançar, mais uma vez senti seu gosto, beijei seus lábios sedentos, mas não consegui encontrar o brilho de seu olhar. Mais uma vez espero te encontrar no próximo amanhecer.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Sentido Desconhecido...

E é mais uma sexta-feira corriqueira em sua vida...  Mais uma madrugada em claro, mais um boa noite especial. Ela não pôde perceber quando as coisas aconteceram. Não conseguiu entender o porquê daquele vermelho ser mais vivo... Enquanto buscava a resposta, derramou o copo de café em cima de suas palavras. Mais uma página da vida marcada. Marcada não apenas pelo tom amarronzado do líquido derramado... Marcada pelo brilho daquele olhar. Ela enxergava além dos fatos, via e revia seus anos a fio em busca de algo que nem sabia o que era. Via-se imersa em palavras que não encontrava o significado... Abria o dicionário e não as encontrava. Começou a procurar nos verbetes da vida. Fez e refez a busca de A a Z. Percorreu os tempos verbais e por fim se descobriu em seu ponto de partida. Paralisada e implacável. Devorava compulsivamente as músicas que tocavam pela casa, aquelas que fazem todo o sentido, embora o sentido seja desconhecido. Descobria-se encantada com a escuridão, mesmo debaixo do sol. Encontrava em mais uma madrugada como essa a resposta de pequenas coisas. Coisas essas que nunca teve nem ao menos a pretensão de saber existir.


Quisera eu ter distrações como as que aquela pequena moça teve.
Quisera eu buscar dentro de mim forças para justificar aquele Adeus.